Advogado do promotor que matou entra com representação contra procurador-geral
Publicada em 12/09/2007
SÃO PAULO - O advogado Ovídio Rocha Barros, que defende o promotor Thales Ferri Schoeld, acusado de matar um jovem no litoral norte de São Paulo, entrou com representação contra o procurador-geral de Justiça do Estado, Rodrigo Pinho, no Órgão Especial do Colégio de Procuradores do Ministério Público, em São Paulo. O advogado diz que Pinho desrespeitou a lei orgânica do Ministério Público ao se manifestar contra a decisão do Órgão Especial de manter Schoedl no cargo.
O promotor Thales Schoedl é acusado de ter matado o estudante Diego Modanez, em 2004, em Bertioga, a 92 km de São Paulo. Também foi baleado Felipe Siqueira Cunha de Souza. O promotor alega legítima defesa, já que os jovens teriam mexido com sua namorada.
- Estou entrando com a representação em meu nome, como profissional do Direito. Logo após a decisão do Órgão Especial de não exonerar o promotor Thales Schoedl, o procurador geral de Justiça foi à televisão se rebelar contra a decisão. Em seguida foi até o Conselho Nacional do Ministério Público, em Brasília, se manifestou e conseguiu que o órgão suspendesse temporariamente a decisão tomada em São Paulo. Nunca vi isso em minha vida profissional - diz o advogado.
No dia 3, o Conselho Nacional do Ministério Público suspendeu a decisão do Órgão Especial temporariamente, até que seja analisado o mérito da questão. O Conselho vai decidir se revoga a decisão definitivamente, o que poderia levar Thales a júri popular, já que ele perderia o direito de ser julgado em foro privilegiada.
- Eu quero que o Colégio de Procuradores se manifeste sobre esse comportamento do procurador - diz o advogado.
Segundo ele, Pinho desrespeitou o artigo 43 da lei orgânica do Ministério Público que diz que é dever de todos os membros do Ministério Público respeitar no plano administrativo os órgãos superiores.
Em entrevista ao Globo , a mãe do promotor Eurydice Ferri Schoedl, de 53 anos, acusou o Promotor Rodrigo Pinho de perseguir se filho,"um assassino tão bonzinho".
- Eu gostaria de entender as razões do procurador - disse Eurydice.
